A presença dos medicamentos vencidos
nas residências se dá pela facilidade de aquisição destes produtos por meio do
consumidor, que através do princípio da prevenção acredita que estará sempre
mais seguro com a proximidade do medicamento.
O problema se encontra na falta de
gerenciamento adequado para estes produtos adquiridos, uma vez nas chamadas
“farmacinhas” muitas vezes são esquecidos e só lembrados no momento de
necessidade, ou mesmo o abandono de tratamentos, deixando o restante que jamais
serão usados novamente guardados, depois de vencidos, ou que o uso não seja
mais necessário é que surge a questão, onde descartar?
A pergunta é pertinente, mas a
resposta é que não temos muitas opções sobre o que fazer com eles além de jogar
no lixo, na pia ou no vaso. Não existem muitos locais de coleta e nem em todas
as cidades tem estes pontos. “É importante existir o intercâmbio de informações
entre órgãos reguladores e empresas com o objetivo final de encontrar a melhor
solução para os problemas envolvidos no gerenciamento de resíduos de
medicamentos.” (FALQUETO, E. et al , 2006, p. 5).
1.3 REQUISITOS
LEGAIS PARA O DESCARTE DE MEDICAMENTOS NO BRASIL
No Brasil ainda não existe
regulamentação especifica no âmbito nacional relacionada ao gerenciamento e
destinação ambientalmente correta de resíduos de medicamentos descartados pela
população. Porém existe uma diversidade de regras, normas e inciativas nos
estados e municípios de recolhimento, doação e descarte feito pela população.
As Resoluções RDC 306/2004 da ANVISA
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que dispõe sobre o
gerenciamento interno e externo dos Resíduos de Serviços de Saúde, e do Conselho
Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) 358/2005 (39) que dispõe sobre competências
aos órgãos ambientais e o destino final destes
resíduos, abordam o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e todas as
suas etapas.
Em um senso comum estas resoluções classificam os resíduos de serviços
de saúde, em cinco grupos:
• Grupo
A – resíduos infectantes, com possível presença de agentes biológicos;
• Grupo
B – resíduos contendo substâncias químicas;
• Grupo
C – rejeitos radioativos;
• Grupo
D – resíduos comuns; e,
• Grupo
E – materiais perfurocortantes.
Os
medicamentos se encaixam no grupo B, pois possuem em seus compostos elementos
químicos além de elementos biológicos.
Embora as reações
ocorridas pela presença de medicamentos no meio ambiente não estejam totalmente
claras, estudos comprovam que a presença destes elementos nos afluentes
aquáticos está causando alterações nos organismos aquáticos, resultando em
desequilíbrio e alteração de suas populações.
Segundo (MAROSTEGA, V. et
al. 2009) as características químicas dos medicamentos apresentam risco
potencial à saúde pública e ao meio ambiente pois seus resíduos possuem alguns
componentes resistentes e de decomposição lenta e difícil que podem contaminar
o solo e a água.
Alguns medicamentos contêm
elementos químicos perigosos que quando em contando com organismos pode
ocasionar o efeito de bioacumulação, tendo assim enfeito direto na saúde humana
através da cadeia alimentar.
Estudos
recentes também comprovam que estes elementos continuam ativos até mesmo quando
este elemento já passou pela estação de tratamento. De forma direta estes
químicos voltam para nós na água que consumimos diariamente, causando assim a
contaminação, onde é colocada em risco a saúde humana e dos demais animais que
participem do mesmo processo ou da mesma cadeia alimentar.
“Dentre
os fármacos considerados de importância ambiental devido às quantidades
consumidas, toxicidade e persistência no ambiente, estão os beta bloqueadores,
analgésicos e anti-inflamatórios, hormônios esteroides, citostáticos e drogas
para tratamento de câncer, compostos neuro-ativos, agentes redutores de
lipídeos no sangue, antiparasitas e antibióticos.” (CARVALHO, E. V. et
al. 2009 p. 1).
Existe também uma preocupação no caso de
descarte em lixo comum, pelo risco de intoxicação das pessoas que poderão ter
algum tipo de contato com estes medicamentos. Geralmente crianças e pessoas
carentes que estejam presentes nos lixões podem ingerir estes medicamentos
vencidos, ou mesmo através do toque, já que depois de vencidos, estes químicos
sofreram reações adversas, podendo transformar-se em resíduos perigosos.
“Outros problemas observados foram à modificação
da comunidade microbiana do solo, incluindo o desenvolvimento de resistência
bacteriana e a inibição do mecanismo natural de descontaminação para pesticidas
e outros xenobióticos”. (BILA, 2003).
Diante da problemática apresentada,
vemos a fragilidade do meio ambiente e de nossa saúde, portanto temos parcela
significativa na forma como o meio ambiente está sendo afetado por nossas
ações, sejam elas conscientes ou feitas de qualquer forma por falta de
informação.
Embora não sejam claras ainda as
reais consequências da presença destes elementos no meio ambiente, é sabido que
ele afetará a saúde humana e do meio ambiente de variadas formas, direta ou
indiretamente. Mas que sempre volta para o ser humano.
Cabe à população se conscientizar
que descarte de medicamentos no lixo comum é perigoso e que isso pode alterar a
nossa qualidade de vida, afinal todo elemento tem um ciclo, e quando um ciclo
natural tem a interferência do ser humano ele tende a entrar em desequilíbrio,
como é o caso da saúde pública que vem por meio da poluição do meio ambiente.
Muito bom esse assunto, precisamos divulgar mais sobre os impactos causados por esse tipo de resíduo.
ResponderExcluireu acho q,a matéria prima deveria ser descartada no espaço n utilizando foguetes,e sim utilizar o q já estava preparado pra ir no espaço
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