quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Gerenciamento de resíduos sólidos em Palmas-TO


 


Os problemas causados pelos resíduos sólidos não são novos, porém, eles sempre foram tratados de forma mais tímida e com menos preocupação. Fato que já foi substituído pelas informações de fácil acesso e claramente pelo aumento desenfreado do consumo. Transformamo-nos em uma sociedade consumista e isso nos traz grandes consequências quando a questão de geração de Resíduos.
            Para Fellenber (1995) apud Santos e Neto (2009), entende-se por lixo, todos os detritos sólidos e pastosos produzidos pela atividade humana. 
No Brasil o termo limpeza urbana foi iniciado em 1880 no Rio de Janeiro quando o então Imperador D. Pedro II, quando foi assinado o decreto nº 3024, que tratava sobre limpeza e irrigação Urbana. A partir desta data passou por várias alterações até chegar ao que conhecemos hoje.
Palmas, capital do Estado do Tocantins, o mais novo do Brasil, teve grande crescimento urbano nos últimos anos, se fazendo assim necessário maior atenção no tocante à produção e gerenciamento de resíduos sólidos.
Segundo Finco; Valadares e Silva [21--], a geração de resíduos em Palmas não difere de outras cidades brasileiras no que se refere a volume e complexidade da produção. Portanto, existe uma preocupação por meio da administração municipal quanto à coleta, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos produzidos por sua sociedade.
            Por ser uma cidade planejada pensando no meio ambiente, Palmas conta com várias áreas verdes pela cidade, e é notório o respeito existente com a fauna e a flora.
A partir desta visão foram desenvolvidas políticas para gerenciamento adequado de resíduos sólidos, e um dos grandes avanços foi a eliminação do lixão de céu aberto e a implantação do aterro sanitário municipal que é modelo para várias cidades do estado.
Ainda assim existe a necessidade de métodos mais eficazes no que se refere a destinação final do lixo, e no aproveitamento de seus benefícios.
No município em estudo foi realizada uma pesquisa da Prefeitura Municipal, assim como de algumas universidades locais que quantifica a produção de resíduos entre 120 e 130 toneladas de lixo por dia, onde apenas 0,4% de todo o resíduo é de material reciclável que vai para as cooperativas.
Todo o restante dos resíduos é direcionado para o aterro sanitário Municipal. Porém uma pesquisa realizada por estudantes da Universidade Federal do Tocantins (UFT) constatou que no aterro não há tratamento adequado para os resíduos recebidos.
 

Os resíduos a serem descarregados não passam por nenhum processo de seleção. A forma de tratamento é a digestão anaeróbia, pura e simples 2 . Considerada apenas uma forma sanitária de tratamento, já que a inertização do lixo (término das reações orgânicas alcançando-se o estágio de mineralização) pode demorar dezenas ou até centenas de anos. (FINCO; VALADARES; SILVA, p. 8, [21--]). 

O aterro sanitário fica situado a 26 km do centro da cidade, em uma área que pertence ao assentamento São João, o aterro abrange uma área de 53 hectares (ha¹).
O lixo é separado em três categorias: lixo doméstico, lixo proveniente de construção e lixo hospitalar.  Cada categoria recebe tratamento diferenciado no aterro.
O lixo doméstico é colocado em valas e depois de compactado é coberto por uma camada de argila. Este revestimento é feito quando a camada de lixo compactada chega a um metro de espessura. O lixo proveniente de construção civil é reutilizado como revestimento pavimentação e construção de encostas, produção de areia, pedriscos e brita, e usada também em terraplanagem como é indicado na Lei 1165/02 Art. 1º parágrafo III.
 Enquanto isso os resíduos hospitalares ganham tratamento diferenciado tanto pelo seu nível de contaminação quanto pela periculosidade de contato direto, este por sua vez é colocado em valas específicas que tem em média 2,5 metros de profundidade, e recebe o mesmo processo do lixo domiciliar.
Existe na cidade a lei nº 1165 de 30 de novembro de 2002 que institui a coleta seletiva de lixo no município de Palmas e dá outras providências, onde consta no Art. 6º, § 1º que as unidades de tratamento do lixo serão feitas por cooperativas e associações. Apesar de a lei de coleta seletiva já estar implantada a mais de 10 anos, apenas duas quadras da cidade contam com este serviço sendo elas a arse 81, e arse 91.
Esta coleta é feita pela prefeitura Municipal de Palmas, assim como por uma cooperativa e uma associação ASCAMPA (Associação dos catadores e catadoras de materiais recicláveis da região centro norte de Palmas), COOPERAN (Cooperativa de produtos recicláveis do Tocantins).  Sendo que a ultima foi criada em 20 de maio de 2004, situada no setor Santa Bárbara, sendo alterada em 2007 para a área Industrial.
A urbanização deu um salto gigantesco nos últimos anos e com isso, o aumento na produção de resíduos também cresceu muito, a sociedade palmense precisa de políticas mais voltadas para a conscientização quanto a coleta seletiva, que apesar de ser notável a necessidade ainda inexiste.
            As iniciativas são as melhores, como o trabalho realizado pelas cooperativas de reciclagem que tem o total apoio da prefeitura municipal. Isso mostra que estamos no caminho certo. E que é possível sim chegar a uma comunidade sustentável e com uma menor produção de resíduos.

 
SILVA, Joseilda Brito et al. Gerenciamento dos Resíduos Sólidos em Palmas- TO. Palmas,2013.

DESCARTE INADEQUADO DE MEDICAMENTOS


       

     A presença dos medicamentos vencidos nas residências se dá pela facilidade de aquisição destes produtos por meio do consumidor, que através do princípio da prevenção acredita que estará sempre mais seguro com a proximidade do medicamento.
            O problema se encontra na falta de gerenciamento adequado para estes produtos adquiridos, uma vez nas chamadas “farmacinhas” muitas vezes são esquecidos e só lembrados no momento de necessidade, ou mesmo o abandono de tratamentos, deixando o restante que jamais serão usados novamente guardados, depois de vencidos, ou que o uso não seja mais necessário é que surge a questão, onde descartar?

            A pergunta é pertinente, mas a resposta é que não temos muitas opções sobre o que fazer com eles além de jogar no lixo, na pia ou no vaso. Não existem muitos locais de coleta e nem em todas as cidades tem estes pontos. “É importante existir o intercâmbio de informações entre órgãos reguladores e empresas com o objetivo final de encontrar a melhor solução para os problemas envolvidos no gerenciamento de resíduos de medicamentos.” (FALQUETO, E. et al , 2006, p. 5).

1.3   REQUISITOS LEGAIS PARA O DESCARTE DE MEDICAMENTOS NO BRASIL


No Brasil ainda não existe regulamentação especifica no âmbito nacional relacionada ao gerenciamento e destinação ambientalmente correta de resíduos de medicamentos descartados pela população. Porém existe uma diversidade de regras, normas e inciativas nos estados e municípios de recolhimento, doação e descarte feito pela população.

            As Resoluções RDC 306/2004 da ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que dispõe sobre o gerenciamento interno e externo dos Resíduos de Serviços de Saúde, e do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) 358/2005 (39) que dispõe sobre competências aos órgãos ambientais e o destino final destes resíduos, abordam o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e todas as suas etapas.

Em um senso comum estas resoluções classificam os resíduos de serviços de saúde, em cinco grupos:

• Grupo A – resíduos infectantes, com possível presença de agentes biológicos;

• Grupo B – resíduos contendo substâncias químicas;

• Grupo C – rejeitos radioativos;

• Grupo D – resíduos comuns; e,

• Grupo E – materiais perfurocortantes.

Os medicamentos se encaixam no grupo B, pois possuem em seus compostos elementos químicos além de elementos biológicos.

Embora as reações ocorridas pela presença de medicamentos no meio ambiente não estejam totalmente claras, estudos comprovam que a presença destes elementos nos afluentes aquáticos está causando alterações nos organismos aquáticos, resultando em desequilíbrio e alteração de suas populações.

Segundo (MAROSTEGA, V. et al. 2009) as características químicas dos medicamentos apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente pois seus resíduos possuem alguns componentes resistentes e de decomposição lenta e difícil que podem contaminar o solo e a água.

Alguns medicamentos contêm elementos químicos perigosos que quando em contando com organismos pode ocasionar o efeito de bioacumulação, tendo assim enfeito direto na saúde humana através da cadeia alimentar.

Estudos recentes também comprovam que estes elementos continuam ativos até mesmo quando este elemento já passou pela estação de tratamento. De forma direta estes químicos voltam para nós na água que consumimos diariamente, causando assim a contaminação, onde é colocada em risco a saúde humana e dos demais animais que participem do mesmo processo ou da mesma cadeia alimentar.

“Dentre os fármacos considerados de importância ambiental devido às quantidades consumidas, toxicidade e persistência no ambiente, estão os beta bloqueadores, analgésicos e anti-inflamatórios, hormônios esteroides, citostáticos e drogas para tratamento de câncer, compostos neuro-ativos, agentes redutores de lipídeos no sangue, antiparasitas e antibióticos.” (CARVALHO, E. V. et al. 2009 p. 1).

Existe também uma preocupação no caso de descarte em lixo comum, pelo risco de intoxicação das pessoas que poderão ter algum tipo de contato com estes medicamentos. Geralmente crianças e pessoas carentes que estejam presentes nos lixões podem ingerir estes medicamentos vencidos, ou mesmo através do toque, já que depois de vencidos, estes químicos sofreram reações adversas, podendo transformar-se em resíduos perigosos.

“Outros problemas observados foram à modificação da comunidade microbiana do solo, incluindo o desenvolvimento de resistência bacteriana e a inibição do mecanismo natural de descontaminação para pesticidas e outros xenobióticos”. (BILA, 2003).
 
            Diante da problemática apresentada, vemos a fragilidade do meio ambiente e de nossa saúde, portanto temos parcela significativa na forma como o meio ambiente está sendo afetado por nossas ações, sejam elas conscientes ou feitas de qualquer forma por falta de informação.

            Embora não sejam claras ainda as reais consequências da presença destes elementos no meio ambiente, é sabido que ele afetará a saúde humana e do meio ambiente de variadas formas, direta ou indiretamente. Mas que sempre volta para o ser humano.

            Cabe à população se conscientizar que descarte de medicamentos no lixo comum é perigoso e que isso pode alterar a nossa qualidade de vida, afinal todo elemento tem um ciclo, e quando um ciclo natural tem a interferência do ser humano ele tende a entrar em desequilíbrio, como é o caso da saúde pública que vem por meio da poluição do meio ambiente.

 FONTE: SILVA, Joseilda Brito. Problemática, Descarte Inadequado de Medicamentos. Palmas, 2013.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

EU AMBIENTALISTA é Fonte de Pesquisas Acadêmicas - Estamos Orgulhosos!!!

Com menos de dois anos de existência o Blog Eu Ambientalista se transformou em um instrumento e fonte de pesquisas acadêmicas.
Ao longo desse período, temos feito postagens dos mais diversos temas, todos relacionados ao Meio Ambiente. Com um trabalho sério e vasta pesquisa, analisamos e selecionamos muito bem as postagens feitas para o público, procurando sempre informar e instigar o surgimento de um senso crítico em nossos leitores.
Nós, do Blog eu Ambientalista agradecemos a todos que acessam e colaboram para a melhoria do blog, com críticas, comentários e sugestões. Nos sentimos parabenizados por termos internautas dos mais diversos estilos e culturas.
Antes que eu esqueça, devo dizer a todos que este blog é acessado de várias partes do mundo, podendo citar mais de 25 países, assim podemos dizer que já é um blog de público internacional. Este público já é responsável por aproximadamente 25% dos acessos do blog.
A imagem abaixo apresenta algumas estatísticas do blog.


Veja alguns comentários de nossos internautas:

 CARA, BOM TEXTO, VLW MSM !!
SOU ESTUDANTE DO 5º PERÍODO DE ENG. FLORESTAL-UFPI!! VC ME AJUDOU MUITO KKK NO MEU SEMINÁRIO E COM CERTEZA O ENDEREÇO DO SEU BLOG ESTARÁ NA BIBLIOGRAFIA !! 


Boa tarde, meu nome é Diêgo sou estudante de Engenharia Ambiental na cidade de João Pessoa Paraíba, região Nordeste do Brasil, fico feliz quando estou fazendo pesquisas para trabalhos acadêmicos e encontro blogs como esse, isso mostra que ainda existem pessoas que se envolvam em causas ambietais. Essa reportagem sobre as usinas hidrelétricas foi de grande ajuda e inspiração, para um trabalho que um professor meu de Poluição e Degradação Ambiental passou, para citarmos um incidente ambiental e identificar seus componentes ambientais, sua forma de poluição e os prejuízos causados pela construção, não só de hidrelétricas como também de qualquer outro tipo de obras de dimensões grandes e tão impactantes quanto esta.


Manual Prático de Gestão Socioambiental Por: Julis Orácio Felipe O risco socioambiental é um risco financeiro. Atualmente, empreendimentos são monitorados ao extremo, não somente pelo poder público como pela sociedade em geral. Para proteção do patrimônio empresarial e sua função social é importantíssimo que o empreendedor fique atento a estes requisitos, sob pena de severas perdas, principalmente perdas financeiras e de imagem empresarial. Mas como proceder, se a legislação socioambiental brasileira é complexa desde seu nascedouro, nossa Constituição Federal? A idéia deste curso é orientar assessores e consultores, bem como os titulares de empreendimentos, de como realizar uma metódica atividade de Due Dilligence, ou seja, como verificar se a unidade empresarial atende aos requisitos legais, a fim de dar segurança para a gestão do negócio. Este método de verificação pode ser aplicado a todo tipo de empreendimento, independente de porte, gerando uma série de produtos que em GESTÃO AMBIENTAL

Comprei na loja de Londrina, muito boa, na minha casa nem parece que bate sol mais em TINTA TÉRMICA ECOLÓGICA

Protesto de Povos Indígenas de Várias Etnias reúne Centenas em Palmas-TO

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Filme biodegradável ajuda a identificar quando o Alimento está Estragado

filme-poli

Responda rápido: qual foi a última vez que você olhou a data de vencimento antes de comer alguma coisa? E antes de comprar um produto no supermercado? Quem não tem o costume de fazer isso pode ganhar uma ajuda em breve: uma pesquisa da Escola Politécnica da USP criou um tipo de embalagem biodegradável para alimentos, que muda de cor quando o produto começa a se deteriorar.
O material é feito com fécula de mandioca e possui um pigmento chamado antocionina, composto natural responsável por várias cores (azul, violeta, vermelho e rosa) em flores e frutos). A pesquisa usou o material em embalagens de peixe cru, que libera aminas voláteis quando começa a se deteriorar. Elas são responsáveis pelo cheiro típico de peixe podre. Mas o mais importante é que esse processo aumenta o pH da carne, que é o que ajuda a identificar que o alimento está impróprio para consumo.

Fonte: Eco4planet
http://eco4planet.com/blog/2013/04/filme-biodegradavel-muda-de-cor-quando-o-alimento-esta-estragado/

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA DISPOSIÇÃO DE “LIXÕES”


Impactos Ambientais Causados pelos Lixões
Os resíduos lançados em lixões acarretam problemas de saúde pública, como a proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos), geração de gases que causam odores desagradáveis e intensificação do efeito estufa e, principalmente, poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas pelo chorume – líquido de coloração escura, malcheiroso e de elevado potencial poluidor, produzido pela decomposição da matéria orgânica contida nos resíduos.
Em termos ambientais, os lixões agravam a poluição do ar, do solo e das águas, além de provocar poluição visual. Nos casos de lançamento de resíduos em encostas é possível ainda ocorrer a instabilidade dos taludes pela sobrecarga e absorção temporária da água da chuva, provocando deslizamentos.
Em termos sociais, os lixões a céu aberto interferem na estrutura local, pois a área torna-se atraente para as populações de baixa renda do entorno, que buscam na separação e comercialização de materiais recicláveis, uma alternativa de trabalho, apesar das condições insalubres e sub-humanas da atividade.
Pode-se acrescentar ainda a este cenário, o total descontrole quanto aos tipos de resíduos recebidos nestes locais, verificando-se até mesmo a disposição de dejetos originados dos serviços de saúde, principalmente dos hospitais, como também das indústrias.
Comumente ainda se associam aos lixões fatos altamente indesejáveis, como a presença de animais, e problemas sociais e econômicos com a existência de catadores, os quais retiram do lixo o seu sustento e, muitas vezes, residem no próprio local.
Impactos ambientais causados pelos lixões



v  Remoção dos Resíduos
Uma das técnicas utilizadas para o encerramento de uma área degradada pela disposição adequada de resíduos envolve a remoção dos resíduos e seu transporte para outro local, previamente preparado, seguido pela recuperação da área escavada com solo natural e vegetação com espécies da região, preferencialmente gramíneas. Contudo, essa alternativa só é viável quando a quantidade de resíduos a ser removida e transportada não é muito grande, pois essas atividades representam elevados custos e dificuldades operacionais, que podem inviabilizar economicamente o processo.
A quantidade de resíduos é um termo de ampla relatividade, pois as prefeituras com maiores recursos orçamentárias e com equipamentos adequados poderão remover quantidades julgadas por elas pequenas e que seriam grandes pelas administrações de menor capacidade. 
A avaliação da viabilidade da remoção dos resíduos deve considerar ainda que a substituição dos locais seja vantajosa sob o ponto de vista ambiental, como nas seguintes circunstâncias:
a) os resíduos saem de um local em que não foram utilizados critérios técnicos para sua disposição final e vão para outra área previamente preparada como um aterro sanitário;
b) os resíduos saem de uma área urbana ou em vias de expansão urbana para uma área sem conflitos de ocupação, de preferência já degradada;
c) os resíduos saem de uma área vulnerável à contaminação do meio ambiente e são encaminhados para outra com maior capacidade tampão e melhores características geológicas e geotécnicas;
d) os resíduos saem de uma área com vocação para usos mais nobres para outra com pequeno valor imobiliário e usos corriqueiros.
A remoção dos resíduos também é uma alternativa amplamente recomendável quando o lixão estiver localizado em área de risco urbano (escorregamentos do depósito sobre residências a jusante localizadas em encostas íngremes) ou quando o empilhamento, embora com pequenos volumes, se concentrar em pequenas áreas e alturas razoavelmente perigosas, em eminência de ruptura.  
Tal situação poderia ser resolvida por técnicas de engenharia bem planejadas, como a reconformação da geometria, criando-se arranjos mais estáveis para as plataformas. No entanto, esses procedimentos poderão ter custos bem mais elevados que a remoção dos resíduos.
Adicionalmente, temos de considerar, quanto aos custos, que eles resultam da soma dos valores remunerados para as operações de escavação, deslocamento, lançamento, espalhamento e conformação na nova área, com os gastos adicionais de conformação, drenagem e proteção vegetal na antiga área. Além disso, o novo local de disposição de resíduos deverá ter características operacionais (lançamento, compactação, etc.) superiores às do depósito original. Essa observância é rigorosamente necessária a fim de que não se troque um problema por outro de mesmo tamanho.

v  Recuperação como Aterro Controlado
A recuperação de um lixão como aterro controlado pode ser uma alternativa interessante para os municípios com populações inferiores a 20.000 habitantes, até que seja implantado, por meio de respectivo processo de regularização ambiental, sistema adequado de disposição final de resíduos.
Para tanto, é muito importante a certeza de que o lixão não tenha recebido resíduos perigosos ao longo de sua vida operacional – Classe I, conforme NBR 10004/2004 da ABNT.
Além disso, a área deve atender aos seguintes requisitos, estabelecidos na Deliberação Normativa Nº 118/2008 do COPAM:
O lixão não deve estar localizado em áreas de reconhecida formação cárstica, ou sobre qualquer outra formação geológica propícia à formação de cavernas;
O lixão não deve estar localizado em áreas erodidas, em especial em voçorocas ou em áreas de preservação permanente;
  • A área deve possuir solo de baixa permeabilidade e ter declividade média inferior a 30%;
  • O lixão não deve estar localizado em área sujeita a eventos de inundação;
  • O lixão deve estar situado a uma distância mínima de 300 metros de cursos d’água ou qualquer coleção hídrica. O local deve estar a uma distância mínima de 500 metros de núcleos populacionais;
  • O local deve estar a uma distância mínima de 100 metros de rodovias federais, a partir da faixa de domínio estabelecida pelos órgãos competentes.
  • Para transformação do lixão em aterro controlado, os municípios deverão seguir as determinações da DN 118/2008 e realizar as seguintes ações:
  •   Avaliação da extensão da área ocupada pelos resíduos;
  • Delimitação da área com cerca de isolamento e portão, complementada por espécies arbustivas/arbóreas;
  •   Identificação do local com placas de advertência;
  •  Limpeza do local, remoção dos resíduos espalhados e disposição em valas escavadas ou plataformas, conforme a seguir:
  •   Em rampa, empregado em áreas de meia encosta, com boas condições de escavação do solo natural, onde o lixo é disposto e compactado pelo trator e posteriormente coberto com solo.  
 
 Disposição final de resíduos em rampa

  •   Em valas, que podem ser de pequenas dimensões, com compactação e recobrimento dos resíduos feitos manualmente, ou de grandes dimensões, permitindo a entrada de equipamentos no seu interior para compactação e recobrimento dos resíduos.

 
Disposição final de resíduos em valas

v  Recuperação como Aterro Sanitário
Quando o lixão está localizado em uma área que atende aos requisitos mínimos estabelecidos na NBR 13896/1997 da ABNT e as dimensões e características do terreno possibilitam a sua utilização por um período superior a 10 anos, a recuperação como um aterro sanitário construído em área adjacente pode ser uma alternativa viável.  
A importância desse tipo de intervenção fica mais bem caracterizada com os seguintes argumentos:
Muitos municípios, especialmente os de áreas metropolitanas, os inseridos em áreas de proteção ambiental ou com sérias restrições geológicas/hidrogeológicas têm problemas de obtenção de áreas para instalação de aterros sanitários;
Desde que as restrições citadas anteriormente não sejam relevantes para a área do lixão, que já se encontra degradada, e desde que não haja empecilhos por parte da população, a localização do aterro sanitário na própria área do lixão oferece a grande vantagem de não criar novos impactos numa nova área;
Aterro sanitário pode ter um projeto especial, com uma geometria tal que disponibilize uma maior capacidade de acumulação de resíduos que o necessário de modo que, nos intervalos de ociosidade dos equipamentos, possa ser feita a remoção do lixão, com transferência de massa para o aterro sanitário, previamente preparado e em melhores condições sanitárias e ambientais;
Esse tipo de intervenção favoreceria a intensificação dos controles ambientais ou monitoramentos, adaptando-se o projeto de modo a contemplar também a área do lixão, com menores custos, com maior racionalidade e mais facilidade de controle.
No caso de recuperação do lixão como aterro sanitário, recomenda-se que a elaboração dos projetos e estudos ambientais seja pautada na legislação ambiental e nas Normas Técnicas da ABNT pertinentes, notadamente a NBR 13896/1997 e a NBR 8419/1992.

Recuperação Simples
Há algumas situações em que um conjunto de circunstâncias indica como mais sensatas as medidas de recuperação simplificadas, por meio do encapsulamento dos resíduos dispostos no lixão.
A técnica de recuperação simples deve ser avaliada quando for inviável a remoção dos resíduos dispostos no local, em função da quantidade e de dificuldades operacionais, quando a extensão da área ocupada pelos resíduos não for muito grande e, sobretudo, quando o local não puder ser recuperado como aterro controlado ou aterro sanitário.
Além disso, recomenda-se a recuperação simples somente quando um grupo de condições específicas for atendido:
Ø  O lixão deve ter pequena altura, podendo ser capeado com solo, sem manejo de lixo, de modo seguro e economicamente viável;
Ø  O lixão não deve estar localizado em áreas de reconhecida formação cárstica, ou sobre qualquer outra formação geológica propícia à formação de cavernas;
Ø  O lixão não deve estar localizado em áreas de valor histórico ou cultural, exemplificando-se com os sítios arqueológicos;
Ø  O lixão não deve estar localizado em áreas de preservação permanente, áreas de proteção ambiental e reservas biológicas;
Ø  O lixão deve estar afastado de pelo menos 200 metros de fontes de abastecimento hídrico para irrigação de hortaliças e consumo humano;
Ø  Deve haver disponibilidade de solo apropriado para o enclausuramento do lixão a menos de 1,5 km do local;
Ø  A área de empréstimo, comprovando-se sua capacidade e qualidade, deverá ser cedida à prefeitura em condições financeiras notoriamente vantajosas, mediante documento de fé pública;
Os catadores de lixo do município já se encontram ou estão em processo formal de organização.
Obedecidas às condições citadas, recomenda-se a realização das seguintes atividades:
ü  Avaliação da extensão da área ocupada pelos resíduos;
ü  Delimitação da área com cerca de isolamento e portão;
ü  Identificação do local com placas de advertência;
Arrumação dos resíduos em valas escavadas ou reconformação geométrica dos resíduos. No projeto simplificado deverá ser buscada a menor movimentação de lixo possível, ficando a critério dos técnicos responsáveis, a obtenção da configuração mais estável.
ü  Conformação do platô superior com declividade mínima de 2%, na direção das bordas ou, no caso de valas, o nivelamento final deverá ser feito de forma abaulada para evitar o acúmulo de águas de chuva sobre a vala e ficar em cota superior à do terreno, prevendo-se prováveis recalques;
ü  Recobrimento do maciço de resíduos com uma camada mínima de 50 cm de argila de boa qualidade, inclusive nos taludes laterais;
ü  Execução de canaletas de drenagem pluvial a montante do maciço para desvio das águas de chuva;
ü  Execução de drenos verticais de gás;
ü  Lançamento de uma camada de terra vegetal ou composto orgânico para possibilitar  o plantio de espécies nativas de raízes curtas, preferencialmente gramíneas.
Dentre as vantagens aventadas para esse tipo de intervenção, ressalta-se a simplicidade dos equipamentos exigidos (trator de esteiras de qualquer porte é desejável), dispensando a aquisição de novos equipamentos e das operações envolvidas para a selagem do lixão e para a execução de drenagem pluvial, por exemplo.
*Como uma desvantagem importante da recuperação simples menciona-se a restrição de possibilidades de uso futuro da área. 


Requalificação da Área
A proposta de requalificação e uso futuro das áreas recuperadas deve considerar que os resíduos aterrados ainda permanecem em processo de decomposição após o encerramento das atividades por períodos relativamente longos, que podem ser superiores a 10 anos.  Assim, independente do encerramento das atividades de recuperação do aterro, os sistemas de drenagem superficial de águas pluviais, de tratamento dos gases e de coleta e tratamento dos lixiviados devem ser mantidos por um período de mais de 10 anos, até que o maciço de resíduos alcance condições de relativa estabilidade.
Recomenda-se para uso futuro dessas áreas a implantação de áreas verdes, com equipamentos comunitários como praças esportivas, campos de futebol e áreas de convívio, nos casos de locais próximos a áreas urbanizadas. A implantação de parques e espaços mais abertos poderá beneficiar a um maior número de pessoas, e uma área verde, com trabalho paisagístico de implantação de gramados, arbustos e árvores, pode trazer benefícios para a comunidade. Adicionalmente, esse tipo de uso não implica a construção de grandes estruturas no local, apenas pequenas e leves construções como prédios administrativos e sanitários públicos.
Essas pequenas construções devem ser, no entanto, construídas de modo a evitar o acúmulo de biogás na base ou em seu interior e devem resistir aos recalques diferenciais. 
Em função dos possíveis problemas relacionados à baixa capacidade de suporte do terreno e à possibilidade de infiltração de gases com alto poder combustível e explosivo (metano), a implantação de edificações sobre os depósitos de lixos desativados é desaconselhável.
As áreas encerradas podem também ser utilizadas para pastagens ou plantações (de grãos, lenhosas, viveiros de mudas etc.), observando-se, em ambos os casos, a recomendação de que a camada utilizada para o plantio (acima da camada selante argilosa) seja suficiente para garantir que as raízes não entrem em contato com os resíduos dispostos, sugerindo-se que as raízes cheguem, no máximo, até a camada de argila da cobertura final. 
Em qualquer caso, a requalificação do local deve proporcionar uma integração à paisagem do entorno e às necessidades da comunidade local, sendo recomendável a participação de seus representantes nessa decisão.

Critérios a serem Observados no Encerramento de Lixões em Processos de Licenciamento Ambiental de Sistemas Adequados de Disposição Final de RSU
Quando o município optar por implantar um sistema tecnicamente adequado para disposição final dos resíduos sólidos urbanos como um Aterro Sanitário ou uma Usina de Triagem e Compostagem, a recuperação do antigo lixão não deve ser esquecida.
Juntamente com os projetos e estudos ambientais do novo local de disposição de resíduos, deve ser apresentado um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas por Lixões, contemplando, no mínimo, as seguintes informações:
1)  caracterização e identificação do empreendimento e dos responsáveis pelo projeto;
2)  levantamento  topográfico/cadastral com indicação de cursos d’água, poços ou cisternas e edificações existentes no entorno;
3)  caracterização geológica/geotécnica da área;
4)  diagnóstico ambiental simplificado;
5)  definição dos problemas a resolver e dos objetivos da recuperação;
6)  monitoramento, controles e medidas mitigadoras propostas;
7)  escolha do uso futuro da área;
8) desenvolvimento do memorial descritivo das propostas para os processos de recuperação, contendo  orientações para  execução dos serviços de reconformação geométrica, selagem do lixão, drenagem das águas pluviais, drenagem dos gases, drenagem e tratamento dos lixiviados, cobertura vegetal e isolamento da área.

Fonte: Lanza, Vera Cristina Vaz. Caderno Técnico de reabilitação de áreas degradadas por resíduos sólidos urbanos

BIORREMEDIAÇÃO: Entenda um pouco mais

Fonte: Google Imagens A biorremediação é a técnica que consiste na aplicação de processos biodegradáveis no tratamento de resíduos p...