Os
problemas ambientais atingem hoje todas as pessoas do globo terrestre, estes
agravantes podem ser desde pequenos danos até catástrofes ambientais, sendo, em
grande parte, iniciadas ou influenciadas por ações antrópicas. Por outro lado,
as discussões ambientais não têm atingido, de forma profunda, todos os povos da
terra, deixando uma grande lacuna entre o conhecimento do desenvolvimento
sustentável e do consumismo.
De
acordo com Pires (1998), o desenvolvimento sustentável permaneceu de forma
marginal ao se formular seu conceito, pois houve uma tentativa de associar
desenvolvimento econômico a ele, estando esse fator, atrelado como condição e
objetivo principal. Não obstante, há uma enorme discrepância de ideologias
entre ‘crescimento econômico’ e ‘desenvolvimento sustentável’, onde o primeiro
realiza o contrário do que prega o segundo.
Temos,
portanto, no crescimento econômico, o forte e inegável apelo ao consumismo que
quase sempre é propagado de forma a ocultar os prejuízos e os impactos
negativos deixados no meio. Este dissemina a aquisição desenfreada de bens de
consumo e promove a contínua extração de recursos naturais, minando-os de forma
perversa. Isso nos leva a se perguntar: pode haver, de fato, crescimento
econômico sustentável? Isso vai depender do que é considerado ‘desenvolvimento
sustentável’ dentro do viés econômico.
De
acordo com o Relatório Brundtland (1987), desenvolvimento sustentável é “o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades”. Isso,
conforme pontuam Struett e Costa (2014), não abarca todos os seres
vivos do planeta, mas apenas os seres humanos, o que coloca o homem, mais uma
vez, como centro do universo.
Numa
melhor conceituação, o DATAPREV (2012) citado por Struett e
Costa (2014) considera desenvolvimento sustentável como um fator que deve
abranger diversos outros aspectos, o que é mais aceitável para a comunidade
científica, pois coloca o homem inserido no ecossistema e não superior a ele.
Isso deixa mais clara a ideia de que qualquer impacto que o homem provocar ao
meio, seja positivo ou negativo, terá um retorno.
O
desenvolvimento sustentável, em detrimento ao crescimento econômico, busca o
equilíbrio entre a velocidade de uso de recursos naturais e o tempo de
resiliência do planeta. Assim, o consumo seria baseado no potencial de
recuperação do ambiente e proporcionaria um grande bem estar a todos os serres
vivos da terra.
Dessa forma, tanto as ideologias quanto os conceitos, são grandemente
divergentes na atualidade. O conceito de desenvolvimento sustentável necessita
ser mudado na consciência das pessoas, a fim de que mudem suas práticas e
comportamentos em prol de uma verdadeira sustentabilidade.
REFERÊNCIAS
ORGANIZAÇÃO
DAS NAÇÕES UNIDAS. Nosso futuro comum – Relatório de Brundtland.
Genebra: ONU, 1987.
PIRES,
Mauro de Oliveira. A Trajetória do Conceito de Desenvolvimento
Sustentável na Transição de Paradigmas. In: BRAGA, Maria Lúcia de Santana;
DUARTE, Laura Maria Goulart (Org.). Tristes Cerrados - Sociedade e
Biodiversidade. Brasília, Paralelo 15, 1998.
STRUETT,
Mirian Aparecida Micarelli; COSTA, Tiago Ribeiro. Meio ambiente e a
Sociedade Sustentável. Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014.
77 p.
Rogers Nogueira
Autor do Artigo
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