quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Gerenciamento de resíduos sólidos em Palmas-TO


 


Os problemas causados pelos resíduos sólidos não são novos, porém, eles sempre foram tratados de forma mais tímida e com menos preocupação. Fato que já foi substituído pelas informações de fácil acesso e claramente pelo aumento desenfreado do consumo. Transformamo-nos em uma sociedade consumista e isso nos traz grandes consequências quando a questão de geração de Resíduos.
            Para Fellenber (1995) apud Santos e Neto (2009), entende-se por lixo, todos os detritos sólidos e pastosos produzidos pela atividade humana. 
No Brasil o termo limpeza urbana foi iniciado em 1880 no Rio de Janeiro quando o então Imperador D. Pedro II, quando foi assinado o decreto nº 3024, que tratava sobre limpeza e irrigação Urbana. A partir desta data passou por várias alterações até chegar ao que conhecemos hoje.
Palmas, capital do Estado do Tocantins, o mais novo do Brasil, teve grande crescimento urbano nos últimos anos, se fazendo assim necessário maior atenção no tocante à produção e gerenciamento de resíduos sólidos.
Segundo Finco; Valadares e Silva [21--], a geração de resíduos em Palmas não difere de outras cidades brasileiras no que se refere a volume e complexidade da produção. Portanto, existe uma preocupação por meio da administração municipal quanto à coleta, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos produzidos por sua sociedade.
            Por ser uma cidade planejada pensando no meio ambiente, Palmas conta com várias áreas verdes pela cidade, e é notório o respeito existente com a fauna e a flora.
A partir desta visão foram desenvolvidas políticas para gerenciamento adequado de resíduos sólidos, e um dos grandes avanços foi a eliminação do lixão de céu aberto e a implantação do aterro sanitário municipal que é modelo para várias cidades do estado.
Ainda assim existe a necessidade de métodos mais eficazes no que se refere a destinação final do lixo, e no aproveitamento de seus benefícios.
No município em estudo foi realizada uma pesquisa da Prefeitura Municipal, assim como de algumas universidades locais que quantifica a produção de resíduos entre 120 e 130 toneladas de lixo por dia, onde apenas 0,4% de todo o resíduo é de material reciclável que vai para as cooperativas.
Todo o restante dos resíduos é direcionado para o aterro sanitário Municipal. Porém uma pesquisa realizada por estudantes da Universidade Federal do Tocantins (UFT) constatou que no aterro não há tratamento adequado para os resíduos recebidos.
 

Os resíduos a serem descarregados não passam por nenhum processo de seleção. A forma de tratamento é a digestão anaeróbia, pura e simples 2 . Considerada apenas uma forma sanitária de tratamento, já que a inertização do lixo (término das reações orgânicas alcançando-se o estágio de mineralização) pode demorar dezenas ou até centenas de anos. (FINCO; VALADARES; SILVA, p. 8, [21--]). 

O aterro sanitário fica situado a 26 km do centro da cidade, em uma área que pertence ao assentamento São João, o aterro abrange uma área de 53 hectares (ha¹).
O lixo é separado em três categorias: lixo doméstico, lixo proveniente de construção e lixo hospitalar.  Cada categoria recebe tratamento diferenciado no aterro.
O lixo doméstico é colocado em valas e depois de compactado é coberto por uma camada de argila. Este revestimento é feito quando a camada de lixo compactada chega a um metro de espessura. O lixo proveniente de construção civil é reutilizado como revestimento pavimentação e construção de encostas, produção de areia, pedriscos e brita, e usada também em terraplanagem como é indicado na Lei 1165/02 Art. 1º parágrafo III.
 Enquanto isso os resíduos hospitalares ganham tratamento diferenciado tanto pelo seu nível de contaminação quanto pela periculosidade de contato direto, este por sua vez é colocado em valas específicas que tem em média 2,5 metros de profundidade, e recebe o mesmo processo do lixo domiciliar.
Existe na cidade a lei nº 1165 de 30 de novembro de 2002 que institui a coleta seletiva de lixo no município de Palmas e dá outras providências, onde consta no Art. 6º, § 1º que as unidades de tratamento do lixo serão feitas por cooperativas e associações. Apesar de a lei de coleta seletiva já estar implantada a mais de 10 anos, apenas duas quadras da cidade contam com este serviço sendo elas a arse 81, e arse 91.
Esta coleta é feita pela prefeitura Municipal de Palmas, assim como por uma cooperativa e uma associação ASCAMPA (Associação dos catadores e catadoras de materiais recicláveis da região centro norte de Palmas), COOPERAN (Cooperativa de produtos recicláveis do Tocantins).  Sendo que a ultima foi criada em 20 de maio de 2004, situada no setor Santa Bárbara, sendo alterada em 2007 para a área Industrial.
A urbanização deu um salto gigantesco nos últimos anos e com isso, o aumento na produção de resíduos também cresceu muito, a sociedade palmense precisa de políticas mais voltadas para a conscientização quanto a coleta seletiva, que apesar de ser notável a necessidade ainda inexiste.
            As iniciativas são as melhores, como o trabalho realizado pelas cooperativas de reciclagem que tem o total apoio da prefeitura municipal. Isso mostra que estamos no caminho certo. E que é possível sim chegar a uma comunidade sustentável e com uma menor produção de resíduos.

 
SILVA, Joseilda Brito et al. Gerenciamento dos Resíduos Sólidos em Palmas- TO. Palmas,2013.

DESCARTE INADEQUADO DE MEDICAMENTOS


       

     A presença dos medicamentos vencidos nas residências se dá pela facilidade de aquisição destes produtos por meio do consumidor, que através do princípio da prevenção acredita que estará sempre mais seguro com a proximidade do medicamento.
            O problema se encontra na falta de gerenciamento adequado para estes produtos adquiridos, uma vez nas chamadas “farmacinhas” muitas vezes são esquecidos e só lembrados no momento de necessidade, ou mesmo o abandono de tratamentos, deixando o restante que jamais serão usados novamente guardados, depois de vencidos, ou que o uso não seja mais necessário é que surge a questão, onde descartar?

            A pergunta é pertinente, mas a resposta é que não temos muitas opções sobre o que fazer com eles além de jogar no lixo, na pia ou no vaso. Não existem muitos locais de coleta e nem em todas as cidades tem estes pontos. “É importante existir o intercâmbio de informações entre órgãos reguladores e empresas com o objetivo final de encontrar a melhor solução para os problemas envolvidos no gerenciamento de resíduos de medicamentos.” (FALQUETO, E. et al , 2006, p. 5).

1.3   REQUISITOS LEGAIS PARA O DESCARTE DE MEDICAMENTOS NO BRASIL


No Brasil ainda não existe regulamentação especifica no âmbito nacional relacionada ao gerenciamento e destinação ambientalmente correta de resíduos de medicamentos descartados pela população. Porém existe uma diversidade de regras, normas e inciativas nos estados e municípios de recolhimento, doação e descarte feito pela população.

            As Resoluções RDC 306/2004 da ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que dispõe sobre o gerenciamento interno e externo dos Resíduos de Serviços de Saúde, e do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) 358/2005 (39) que dispõe sobre competências aos órgãos ambientais e o destino final destes resíduos, abordam o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e todas as suas etapas.

Em um senso comum estas resoluções classificam os resíduos de serviços de saúde, em cinco grupos:

• Grupo A – resíduos infectantes, com possível presença de agentes biológicos;

• Grupo B – resíduos contendo substâncias químicas;

• Grupo C – rejeitos radioativos;

• Grupo D – resíduos comuns; e,

• Grupo E – materiais perfurocortantes.

Os medicamentos se encaixam no grupo B, pois possuem em seus compostos elementos químicos além de elementos biológicos.

Embora as reações ocorridas pela presença de medicamentos no meio ambiente não estejam totalmente claras, estudos comprovam que a presença destes elementos nos afluentes aquáticos está causando alterações nos organismos aquáticos, resultando em desequilíbrio e alteração de suas populações.

Segundo (MAROSTEGA, V. et al. 2009) as características químicas dos medicamentos apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente pois seus resíduos possuem alguns componentes resistentes e de decomposição lenta e difícil que podem contaminar o solo e a água.

Alguns medicamentos contêm elementos químicos perigosos que quando em contando com organismos pode ocasionar o efeito de bioacumulação, tendo assim enfeito direto na saúde humana através da cadeia alimentar.

Estudos recentes também comprovam que estes elementos continuam ativos até mesmo quando este elemento já passou pela estação de tratamento. De forma direta estes químicos voltam para nós na água que consumimos diariamente, causando assim a contaminação, onde é colocada em risco a saúde humana e dos demais animais que participem do mesmo processo ou da mesma cadeia alimentar.

“Dentre os fármacos considerados de importância ambiental devido às quantidades consumidas, toxicidade e persistência no ambiente, estão os beta bloqueadores, analgésicos e anti-inflamatórios, hormônios esteroides, citostáticos e drogas para tratamento de câncer, compostos neuro-ativos, agentes redutores de lipídeos no sangue, antiparasitas e antibióticos.” (CARVALHO, E. V. et al. 2009 p. 1).

Existe também uma preocupação no caso de descarte em lixo comum, pelo risco de intoxicação das pessoas que poderão ter algum tipo de contato com estes medicamentos. Geralmente crianças e pessoas carentes que estejam presentes nos lixões podem ingerir estes medicamentos vencidos, ou mesmo através do toque, já que depois de vencidos, estes químicos sofreram reações adversas, podendo transformar-se em resíduos perigosos.

“Outros problemas observados foram à modificação da comunidade microbiana do solo, incluindo o desenvolvimento de resistência bacteriana e a inibição do mecanismo natural de descontaminação para pesticidas e outros xenobióticos”. (BILA, 2003).
 
            Diante da problemática apresentada, vemos a fragilidade do meio ambiente e de nossa saúde, portanto temos parcela significativa na forma como o meio ambiente está sendo afetado por nossas ações, sejam elas conscientes ou feitas de qualquer forma por falta de informação.

            Embora não sejam claras ainda as reais consequências da presença destes elementos no meio ambiente, é sabido que ele afetará a saúde humana e do meio ambiente de variadas formas, direta ou indiretamente. Mas que sempre volta para o ser humano.

            Cabe à população se conscientizar que descarte de medicamentos no lixo comum é perigoso e que isso pode alterar a nossa qualidade de vida, afinal todo elemento tem um ciclo, e quando um ciclo natural tem a interferência do ser humano ele tende a entrar em desequilíbrio, como é o caso da saúde pública que vem por meio da poluição do meio ambiente.

 FONTE: SILVA, Joseilda Brito. Problemática, Descarte Inadequado de Medicamentos. Palmas, 2013.

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